25.7.10

Curso de automaquiagem no Shopping da Gávea

por Antonella Kann

Tudo começou por causa da chuva incessante, que desabou sobre a cidade sem dó nem piedade por dias a fio.



Porque com chuva, o que é que carioca faz? Vai pro shopping, certo? Então, lá fui eu para o Shopping da Gávea, onde tem mais do que só compras pra fazer. E foi assim que uma frase colada na vitrine de uma butique de produtos de make up, da marca Contém 1 g, me chamou a atenção: curso de automaquiagem. Ao me informar do que se tratava, fiquei toda animada. Afinal, quando muito estou familiarizada com lápis khol e rímel.



Me informaram que eu pagaria R$ 100 pelo curso "the flash", que dura pouco menos de uma hora, mas em contrapartida poderia levar R$ 50 em produtos. Ou, seja, uma proposta razoável. Diga-se de passagem que os produtos da Contém 1 g são genuinamente brasileiros, muitos à base de resíduos de arroz, e testados contra alergias, etc. E se enquadram dentro da filosofia de leveza, discreção e naturalidade.



Me sentei numa das cadeiras e me senti num verdadeiro camarim, com luzes por todo lado. A Veronica, uma esteticista muito simpática e sorridente, começou a me explicar como proceder, desde o bê-à-bá. Dados os primeiros passos - como tirar toda a maquiagem antes de começar uma nova - iniciou o processo pelo rosto, passando cremes e base pela testa, têmporas, maçãs do rosto, base do nariz , maxilar e queixo, sempre utilizando pincéis apropriados a cada etapa. Os movimentos também eram demonstrados da seguinte forma: ela fazia um lado e eu fazia o outro. Voce aprende a manejar os pincéis da mesma forma que aprende a cortar um ingrediente para fazer um prato na cozinha. Tudo tem seu jeitinho e sua técnica correta, que é pra voce não emplastrar seu rosto e ficar com cara de Baboushka.



Quando chegou a parte dos olhos, olhei em volta: várias imagens de modelos me fizeram refletir sobre o look dia, o look trabalho e o look noite. Qual deles eu iria escolher? Eu queria botar sombra? Sim, vamos colocar igual aquela que está na foto da supermodel da esquerda, decidi. Mas, quando vi a minha pálpebra ( pálpebra móvel, um termo que aprendi naquele momento) direita completamente preta, e não enxerguei mais o meu olho, mudei de idéia. Preferi cair na real e escolher o look Veronica, que, como apresentei antes, era a minha simpática coach.


A sombra mais clara muuuuuuuuuito mais discreta me agradou e respirei aliviada. Não teria que sair pelos corredores do Shopping da Gávea assustando ninguém. Depois, foi a vez do delineador...Delineador??? Siiiiiim, para as meninas com boa memória, era um apetrecho muito utilizado nos anos 60 e caiu em desuso na década de 70. Bem, para isso, é um pincel de alta precisão, ( ou seja, preciso tomar cuidado, pois borra !). E pensa bem, voce já está semi-maquiada, com corretor na pálpebra inferior...
Depois veio o rímel, o brilho nos lábios e o impulso de levar pra casa todos os produtos e pincéis que tinham me transformado noutra mulher. Espelho meu, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu??? Depois desta experiência, claaaaaaaaaaaaaro que não!!! Tá vendo o que a chuva no Rio pode acarretar ?

Shopping da Gávea,
Marquês de São Vicente
2º piso Loja 242 tel. 25400957





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19.7.10

Aprazível: mais bonito que bom


Por Constance Escobar

Eu não ia ao Aprazível há bastante tempo. Alguns anos. Na minha memória, a comida era um tanto melhor. Não sei se o que mudou foi o padrão da cozinha da casa ou o meu padrão de exigência. A segunda opção talvez seja mais provável... Afinal, comer se aprende comendo. Quanto mais se come, mais se sabe diferenciar o que é ruim do que é mediano; o que é excelente do que é apenas bom. E o extraordinário passa a ser algo que se torna cada vez mais raro... Caminho sem volta esse.

O fato é que já achei bom o Aprazível. Eu e meio Rio de Janeiro, a julgar pelos prêmios que o restaurante já recebeu... Mas, a medir pelo meu último almoço por lá, nada justificaria qualificá-lo como mais do que mediano. A não ser o cenário... Este, sim, merece todos os adjetivos. O restaurante está ainda mais bonito do que me sugeriam as minhas lembranças. Rusticidade e bom gosto ditando um resultado cheio de brasilidade. Um dos restaurantes mais bonitos da cidade.

Isso sem falar na vista que se tem de lá, que dispensa comentários...

Mas, de volta à comida. Começamos com pães de queijo recheados com linguicinha mineira grelhada. Combinação diabólica essa, poucas chances de dar errado. É bem verdade que o pão de queijo podia estar mais macio, mas, ainda assim, eu poderia passar a tarde toda a base de mais algumas porções daquela...

Mas fui em frente com a “Rainha do Baião”, um filé de tilápia meio sem graça, acompanhado de quiabo al dente e um baião de dois que pedia mais umidade, mais sabor, mais pegada.

Melhor estava a Galinhada Caipira, um bom arroz de galinha caipira com lingüiça, que chegou à mesa com couve refogada, banana assada e feijão escaldado. Acompanhamentos apenas corretos. Parece banal fazer um belo feijão, uma boa couve, mas... A simplicidade é, de fato, um desafio...

Sem mais, encerramos com doces mineiros e queijo da Serra da Canastra pra diminuir a possibilidade de decepção. Todos muito bons. Do doce de leite e da goiabada, vindos da fazenda da dona do restaurante (assim me assegurou o garçom) eu poderia comer quilos...

Certamente voltarei ao Aprazível. Porque é um dos recantos mais agradáveis do Rio de Janeiro. Encravado em Santa Teresa, que é, pra mim, um dos bairros mais encantadores da cidade, é lugar ideal pra esses almoços que atravessam longas tardes de domingo. Mas, das próximas vezes, vou sem maiores pretensões gastronômicas...


Aprazível – Rua Aprazível 62
Santa Teresa
www.aprazivel.com.br Bookmark and Share

Breakfast com orquídeas

por Antonella Kann /fotos Maria Herminia Donato

Entendo muito pouco de flores ou plantas, mas ouvi dizer que agora é a época boa para comprar orquídeas. Então, fui pesquisar.

Os caminhos levaram até uma chácara em pleno coração do Itanhangá, onde além de voce encontrar belíssimos exemplares de cores variadas, ainda pode curtir um surpreendente café da manhã servido no Espaço Gourmet Tropical, dentro da própria floricultura.


Por R$ 36,50, num ambiente pra lá de bucólico e florido, voce vai tomar aquele breakfast, com direito a granola, iogurte, suco, ovos mexidos, além, é claro, de uma farta cesta de pães e café com leite ou chocolate quente.


E, de quebra, ainda leva pra casa um belo vaso de orquídeas. Em tempo: as flores não estão incluídas no preço do café da manhã.
www.chacaratropical.com.br
Rua Dom Rosalvo da Costa Rego, 420
Itanhangá
2493 0394


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16.7.10

Hotel Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca, deve reabrir em tempo para Copa 2014


 
Por Alexandra Forbes, colaboração especial

Há coisas incríveis acontecendo no Rio…. ah, o que não faz uma Copa do Mundo.... milhões e milhões de dólares estão sendo injetados na economia e projetos novos não param de surgir!

Tanto a seleção brasileira como a  Rainha Elizabeth  já dormiram em um hotel chamado Paineiras, que fica em pleno Parque Nacional da Tijuca, acreditam? E esse hotel, abandonado há anos e em ruínas, vai ser resgatado e transformado em super atração turística!
 
Diz a blogueira Vanesa Lopez que o hotel “foi inaugurado, junto com o trecho Cosme Velho-Paineiras da Estrada de Ferro do Corcovado, no dia 9 de outubro de 1884. Ele pretendia oferecer aos hóspedes “todo o conforto e as vantagens que se encontram nos bons hotéis da Suiça e dos Estados Unidos”. Nesse dia, o imperador Pedro II e demais convidados foram recepcionados no hotel-restaurante com um farto lanche fornecido pela Casa Paschoal, então estabelecida na “chic” Rua do Ouvidor.
O trecho final, entre as Paineiras e o Corcovado, foi inaugurado no dia 30 de junho de 1885. Um jantar no hotel comemorou a conclusão da Estrada de Ferro do Corcovado.

O prédio original tinha dois pavimentos, dispondo de 10 quartos no pavimento inferior e 11 no superior, situados em ambos os lados de um corredor longitudinal projetado no centro do imóvel. No início, o Hotel das Paineiras apresentou um pequeno lucro, porém a partir de 1892 o movimento dos hóspedes começou a diminuir. A construção do hotel original não existe mais, foi demolida no início da década de 1970 para ampliação do estacionamento.”

Olhem que tristeza o estado do Paineiras hoje:


Crédito: reprodução


Soube ao ler reportagem em O Globo que “Depois de 25 anos de janelas fechadas, paredes rachadas, buracos e limo, o antigo Hotel das Paineiras deixará de ser um elefante branco”.

O Hotel Paineiras deverá ser reaberto em 2011 ou 2012 como um complexo reunindo museu, restaurante, hotel e estação de bondinho. Faz parte de um ambicioso “Programa de Revitalização do Complexo Turístico e Ambiental do Corcovado e seu Entorno”…



IAB-RJ (Instituto de Arquitetos do Brasil – Rio de Janeiro) organizou um concurso público nacional para a revitalização do hotel e entorno, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Foram 148 projetos inscritos, vindos de toda parte.



Em primeiro lugar, ficou o escritório paulista Estudio America (com o arquiteto Guilherme Lemke Motta na liderância da equipe), que assina as imagens computadorizadas acima.



O projeto de Motta prevê a demolição de todo o interior do velho Paineiras, mantendo apenas a fachada original. A ele serão acrescentados:

- centro de pesquisa
- a sede do Instituto Chico Mendes
- restaurante panorâmico
- lojas
- estação de bondinho
- centro de visitação
- museu a céu aberto
- Centro de Convenções
- auditório
- hotel com 40 quartos (parte de uma rocha que já está no terreno servirá de pano de fundo para a recepção)



Para tirar o projeto do papel e fazê-lo realidade serão precisos R$ 14 milhões.
 
Alguns meses atrás, o ministro do Meio Ambiente Carlos Minc lançou edital de concessão, dando 3 meses para os interessados fazerem suas propostas. Em breve deverão anunciar o vencedor.

Cliquem aqui pra ver um slideshow incrível com as imagens do projeto do Complexo das Paineiras em tamanho king size.

12.7.10

Vale das Videiras, um refúgio muito tranqüilo na serra



por Antonella Kann

Mesmo estando a apenas 130 quilometros do Rio e a 20 do centrinho de Araras ( onde tem supermercado, padaria, açougue e farmácia), o Vale das Videiras só viu a luz há 13 anos atrás. Talvez porque esteja aninhado num vale, cercado por morros e a uma altitude de até 1400 metros.

O telefone demorou também, e só em 2000 foi possível conseguir um número, mesmo assim, com muita dificuldade. Até uma década atrás, a gente tinha que subir morro pra conseguir algum sinal de celular. Detalhe: hoje, celular ainda não pega – a não ser que voce esteja disposto a subir (mais) morro, acima de 1200 metros de altitude.

O Vale das Videiras é daqueles lugares mágicos, ignorados pelo guias turísticos convencionais e principalmente considerado “segredo profissional” - no caso, das pessoas que conhecem, freqüentam e amam de paixão este vale. E, detalhe, não querem ser “descobertos”.


Mas, vou dar o caminho das pedras pra quem quer curtir o ócio no mais perfeito estado natureba: caminhadas, descanso, tudo isso rodeado de pouquíssimas pousadas, menos ainda de restaurantes ( isso não quer dizer que voce vai comer mal, muito pelo contrário, apenas vai comer in loco) .


Videiras tem um centrinho micro, que todo mundo chama de “centrinho” , onde tem um restaurante, o Arte Café, e lá servem uma comida muito gostosinha, tem até fondue no cardápio, mas só abre finais de semana. Tem uma loja chamada Berrante, que vende artesanato mineiro da melhor qualidade e vários móveis rústicos de maior bom gosto. Difícil sair lá de dentro sem ter comprado alguma coisa.

Fora isso, duas pousadas merecem destaque, uma delas é chiquésima Fazenda das Videiras (www.videiras.com.br) , da qual já falei uma vez há alguns meses atrás, que se destaca nos quesitos luxo, gastronomia e conforto e pela adega invejável. E´ um estabelecimento enogastronomico que mereceu uma estrela do Guia 4 Rodas. A mais jovem pousada do vale, o Rancho da Ferradura (www.ranchodaferradura.com.br) também já está entre as dez melhores da região, segundo o 4 Rodas. Certamente, o Rancho merece esta consideração, graças ao ambiente intimista e descontraído, o aconchego de suas acomodações e tudo muito cozy. Além disso, programas ao ar livre propiciado pelo simpático proprietário Ney, como cavalgadas e passeios de jipe para cachoeiras e fazendas históricas da redondeza.

6.7.10

Itanhangá Golfe Clube celebra 75 anos como um dos mais antigos campos da cidade.


por Antonella Kann

Em julho, o Itanhangá Golfe Clube completa 75 anos de existência. Só pra constar, foi considerado pela revista Exame como um dos dez melhores circuitos no Brasil e pela conceituada publicação Golf Digest, verdadeira bíblia do esporte, cotado entre os 100 melhores do mundo.
Em 1933, quando deram início às obras para a construção do campo no bairro da Barra da Tijuca, o Rio de Janeiro ainda era a capital federal. Coincidiu com uma época em que muitos investimentos estrangeiros vieram atrelados a cidadãos canadenses, norte americanos e britânicos que se instalaram na Cidade Maravilhosa...que, por incrível que pareça, carecia de campo de golfe.

Era tão grande o desejo de praticar golfe que o circuito foi inaugurado em 1935, antes mesmo do término, com 9 de seus 18 buracos. Logo, o clube se tornou um dos lugares mais freqüentados do Rio, embora a Barra fosse um lugar totalmente isolado. A cidade “terminava” em Ipanema, pois não existia túnel de passagem ligando a zona sul com a zona oeste.


Hoje, o Itanhangá continua sendo um oásis de tranquilidade. O percurso foi traçado dentro de um vale de 40 hectares, plano e longo, repleto de árvores, onde tucanos, flamingos e macacos são vistos constantemente pelos jogadores. Mas, segundo os entendidos, não chegam a perturbar a sua concentração.


Também dizem os entendidos que o 18º buraco é um dos mais difíceis do mundo e muitos golfistas experientes já passaram um sufoco. O par 72 não amedronta, porém o percurso é perfeito para quem tem um handicap de 25 ou menos. E´ considerado difícil para jogadores menos tarimbados.



Voce que gosta de jogar golfe e está de passagem pelo Rio pode curtir uma boa partida mesmo não sendo membro do clube. Embora privativo, o Itanhangá mantém uma parceria com alguns hotéis cariocas para acolher visitantes. Consulte o site www.itanhanga.com.br para verificar os green fees e os horários/dias reservados.


E até as golf widows ( como vou traduzir isso, digamos, ao pé da letra, viúvas do golfe, mas na prática, quem não joga, só acompanha...) podem se divertir, curtindo a tranquilidade do lugar, a bela paisagem em volta do clubhouse, o restaurante, sua piscina...


Estrada da Barra da Tijuca 2005
Tel. 21 2494 2507







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4.7.10

Pedra Bonita: de onde o Rio é (ainda) mais bonito





Por Constance Escobar


Desde pequena tenho certa inveja dos pássaros… Há quem seja fascinado por seu canto. A mim o que me encanta é a plenitude de seu vôo. Ainda criança, já me vi tomada pelo desejo de vivenciar tamanha liberdade. Como não posso, alimento certos desejos como o de me lançar num vôo duplo de asa-delta. Por enquanto, meu medo ainda é maior que o desejo. Mas, de tempos e tempos, como que pra domar o medo, subo a Pedra Bonita pra observar aqueles que têm mais coragem do que eu. É bonito de ver; quase sempre me emociono.
Observo de longe o ritual. Me impressiona o momento que antecede o salto, em que parece que tudo é silêncio dentro do sujeito que está prestes a se lançar. Que chegando mais perto, seria quase possível ouvir o compasso de sua respiração... Aí vem aquela corrida meio nervosa, que em fração de segundos o atira ao abismo. Parece rápida, mas suponho que dure uma eternidade pra quem protagoniza…



Então, o que vem dali por diante é só redenção. Basta olhar pro cenário que brinda os corajosos…


Simplesmente uma das mais belas vistas que se pode ter da cidade. Aliás, é exatamente esse o cenário do trailer de divulgação do filme "Rio", animação em 3D que tem estréia prevista pro ano que vem. Trata-se de uma parceria da Fox com a Blue Sky, num filme dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, co-diretor de "A Era do Gelo" e diretor de A Era do Gelo 2 e 3. Uma animação que tem o Rio como pano de fundo e como protagonista uma arara azul americana que resolve vir se aventurar pela cidade maravilhosa. Tudo isso conduzido pelos acordes de Sérgio Mendes, responsável pela trilha sonora. Tem tudo pra ser um sucesso estrondoso.



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