Sempre gostei de feira. Dos cheiros, dos sabores, das cores, da maneira como as barracas são decoradas. Mamão, abacate, melancia, uva, verduras, tudo vira decoração. Pirâmides de frutas, cordilheira de legumes...
Adoro o bochicho, a gritaria dos feirantes alardeando seus produtos, suas promoções. “Três por dois, madame, paga só dez real.”
Não estranhe se alguém disser que “ é seu freguês”. No linguajar da feira livre, é quem vende que se torna o “seu” freguês” . Mas, em compensação, voce também é...e basta retornar uma segunda vez para ser tratado como habituê!
Dá até pra encher barriga: raros são os feirantes que não descascam um abacaxi pra oferecer aos clientes – “um mel, derrete na boca,” garantem. Uma fatia de melancia, um cacho de uva, um gomo de laranja, meia tangerina, uma lasca de goiaba... Quer queira, quer não, voce acaba virando o consumidor à la São Tomé – difícil comprar sem (com)provar!
Fui procurar a origem das feiras. Uma explicação é que as sobras de algumas mercadorias e a falta de outras levaram os produtores até os logradouros públicos com a finalidade de escambo. Ou seja, os comerciantes tentavam se livrar do seu excedente e trocá-lo por algo que não tinham. Isso desde...Cristo? Idade Média? Faz sentido.
Todo bairro tem suas feiras, com suas manhas, seus cheiros próprios, seus coloridos mirabolantes. Quem nunca foi zanzar numa feira não sabe o que está perdendo. E´ uma festa popular, movida à riqueza de nosso solo, onde quando se planta tudo dá.
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