
Chama-se, com todas as letras, uma fusion de sentimentos: amor e ódio pela cidade na qual criamos raízes, pela qual nos afeiçoamos, mas que também nos traz uma revolta a cada pensamento.
Ao mesmo tempo, dá saudades do sol, do calor, do jeitinho. Mas, ao mesmo tempo, curto a liberdade de poder andar a pé nas ruas. A qualquer hora do dia ou da noite. Ou dirigir com a janela do carro aberta, tranquilamente. No Rio, ceifaram esse direito ao cidadão.
Como não ficar revoltado com o nível de violência que lemos pela internet a cada vez que abrimos o computador? Como não lastimar a falta de providencias daqueles que, supostamente, teriam que zelar pela nossa segurança. Não que “aqui”, onde estou, e não importa em que pedaço do mundo, não ocorra incidentes. “Aqui” também se arromba carros para furtar o GPS de dentro de porta-luvas e surrupia-se as bolsas penduradas ao léu atrás de uma cadeira de restaurante.
Mas, quando estamos do outro lado do Atlântico, olhamos com um olhar mais duro e cheio de mágoas para um Rio que vai hospedar os jogos olímpicos em... menos que um ano-luz, e a gente sacode a cabeça. Será que vai ser possível assegurar o bem-estar de tantos visitantes? Que impressão eles levarão do carioca?
E a raiva que voce fica no transito? Lembrando o quanto que manter a pontualidade é algo um tanto utópico no Rio, porque nunca se sabe que tipo de congestionamento voce vai pegar....
Mas, se voce pretende mudar de chip e vir morar em outro país, em outra cidade, sair do Rio , pensa duas,tres ou mil vezes. Aquela praia, aquele visual, aquela atmosfera contagiante de não–sei-que-lá ...Qualquer imagem da cidade, de um bairro, de uma batucada, faz seu coração se espremer, e, vamos combinar, ficar morrendo de saudades.