Estive, em janeiro deste ano, no Fasano São Paulo, num jantar abaixo das minhas expectativas. Poucos meses depois, num almoço no Fasano al Mare, foi inevitável traçar um paralelo entre as duas casas, a paulista e a carioca. A todo momento, as comparações me assaltavam. Ainda que involuntariamente...
O salão do Fasano al Mare não é tão bonito e impactante como o da matriz em São Paulo. Por outro lado, é menos sisudo, mais leve, mais iluminado. De frente pra praia de Ipanema, sofre a natural influência do ambiente onde está inserido.
A cozinha é comandada por Luca Gozzani, egresso da Enoteca Pinchiorri, em Florença, um dos grandes ícones da gastronomia italiana. No cardápio, entre massas e risottos, brilham os peixes e frutos do mar. No horário de almoço, de segunda a sexta, há o mezzogiorno, fórmula que inclui entrada, prato e sobremesa por R$78,00. Fui de mezzogiorno.
No couvert, grissinis e pães. Entre eles, um pãozinho de cebola sensacional. Poderia comer quilos daquele pão.
De entrada, delicadas lulas acompanhadas de saborosos gnocchis de azeitonas pretas.
Em seguida, um bom risotto de limão com camarões, que seria ainda melhor se não tivesse vindo tão carregado no limão...
A carta de sobremesas me pareceu um tanto monótona. Merengue italiano, creme brulê, sorvete, petit gâteau. Pois bem. Entre escolhas banais, fomos surpreendidas pela maestria com que foram executados os nossos pedidos. O creme brulê de frutas vermelhas estava um veludo. E o petit gâteau, sobremesa banalizada ao extremo nos cardápios em cena por aí (e, que, em geral, me recuso a pedir), foi um dos melhores que já experimentei. Talvez, justamente, por não ser tecnicamente um petit gâteau. Era uma massa de amêndoas crocante por fora e fofíssima por dentro, recheada de um creme fumegante de chocolate branco e limão siciliano. À parte, um belo sorvete de chocolate. Nem precisava.
Antes da conta, deliciosos biscoitinhos pra acompanhar o café. Embora muitos restaurantes ignorem ou negligenciem essa etapa, considero importantíssimo o desfecho de uma refeição.
O fato é que, do couvert aos petit fours, apesar de um ou outro deslize, comi melhor aqui do que no Fasano São Paulo. Ao menos, saí com essa sensação. Seria o detalhe de ter desembolsado uma quantia, digamos, mais palatável? Ou a questão de não nutrir expectativas tão altas como as que nutria quanto à casa mãe? Ou, afinal, será que foi a proximidade do mar que fez bem ao Fasano?
www.fasano.com.br
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