Por Constance Escobar
Aproveitando o gancho do post anterior, que falou da história do Copacabana Palace, trago aqui o mesmo assunto, mas sob um outro viés. Proponho um olhar sobre o hotel nos dias de hoje ...
O Copacabana Palace não é apenas um hotel entre tantos. Habita o imaginário de quem quer que se dirija à cidade maravilhosa. É símbolo de uma época que, talvez, até hoje, o Rio de Janeiro tente resgatar. Culturalmente, marcou a história da cidade. Geograficamente, se insere no cenário da praia de Copacabana de tal forma que não é possível pensar em um sem se remeter ao outro.
Trata-se de um clássico. Transpira isso por todos os poros. Mas, se por um lado, entrar ali nos leva sem escalas aos anos dourados da cidade, por outro, deixa a impressão de que se quis, a tal ponto, preservar um momento, aprisioná-lo de tal forma, que, possivelmente, nada, absolutamente nada tenha mudado nas últimas décadas. Há quem veja isso como o grande trunfo do Copa: um gigante que marcou um tempo, preservado exatamente como antes. Talvez seja mesmo. A mim, particularmente, fica uma sensação de que o hotel, embora belo e imponente, é acometido de um certo ranço característico de tudo aquilo que se mantém preso ao passado…
A impressão é de que são os mesmos móveis, os mesmos tapetes, as mesmas flores de 50, 60 anos atrás…
Os mesmos quartos …
Um mesmo ar de antigamente dando o tom no respeitado restaurante Cipriani, que tem nos clássicos da cozinha italiana o seu foco…
E, sim, o mesmo charme, e um ar de glamour na famosa pérgula do hotel.
Aliás, minto. Há novidades no Copa. Alguns quartos foram renovados, seguindo o mesmo estilo dos demais…
O hotel ganhou, em 2007, um belo spa …
… e, em 2009, um bar, o já badalado Bar do Copa. O arquiteto Graham Viney pesou a mão na alegoria, mas confesso que o balcão do bar é um charme.
É, sem dúvida, um ícone a ser preservado. Não é possível imaginar o Rio sem o Copa. Mas me parece que lhe faria um bem enorme abrir as janelas e deixar entrar a brisa do mar. E, com ela, um ar de renovação de que mesmo os clássicos não podem – e não devem – prescindir. Porque, até pra continuar como antes, é preciso mudar. Arejar o que ficou datado. Libertar-se dos excessos que já não encontram mais lugar… Valorizar o passado naquilo que não se pode perder, mas sem tirar os olhos do que acontece hoje e, por que não, daquilo que está por vir…
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