19.5.10

Copacabana Palace: o Rei da praia

A praia de Copacabana só com o hotel e algumas casas...não era tudo de bom?

por Antonella Kann

Enquanto arrumava a biblioteca, caiu em minhas mãos um livrinho fino, bastante curioso, mas nada chamativo, intitulado “ O sabor do Rio de Janeiro”. Publicado em 2004, ou seja, bem recente, compilou vários temas escritos sobre a cidade desde o século 16 até os nossos dias. Em resumo, o Rio fascina os escritores de todos os tempos e raros são os romancistas, poetas, exploradores ou intelectuais que pouparam elogios em seus comentários.

Resolvi pinçar alguns fatos, e algumas linhas interessantes sobre o hotel Copacabana Palace, um mito, sem sombra de dúvida. Consegui também junto ao hotel algumas imagens da década de 20 para ilustrar estes escritos, não só porque são fotos lindíssimas e históricas, mas é o único jeito que a gente tem de conhecer outras eras. Admito que uma das minhas fantasias é ficar divagando, até “entrar” nas fotos e me deixar transportar para o passado. Tão bom se existisse máquina do tempo.....

Naquele tempo dava até pra estacionar o calhambeque na frente do hotel.
Repare como quase não tem ninguém....Isso hoje é impensável, com o mundo de gente que formiga em volta da entrada do Copa...Também dá pra ver um pedacinho da murada, a Avenida Atlantica era uma pista só, de mão dupla.


Malas Vuitton? Quem saberia identificar? 

Você sabia que no ano de 1922, enquanto o hotel ainda estava em construção, alguns oficiais revoltados que marchavam contra as tropas governamentais tentaram tacar fogo no canteiro de obras? Por sorte, não houve grandes danos e alguns meses depois, já no ano de 1923, o estabelecimento foi inaugurado com uma pompa inédita para a época.
Tem mais: logo depois, em 1924, uma ressaca quase destrói completamente a calçada defronte ao hotel. Mas nada disso abalou o Copa, que já era o “lugar da moda”, onde todos marcavam para se encontrar.




Estava aberto o lugar mais em voga da cidade, onde todo mundo queria ver e ser visto. Do cantor russo Chaliapine ao presidente Washington Luis, de Santos Dumont a Eduardo VIII e George VI, aos Rothschild, e o filósofo alemão Keyserling...E chegamos a Bill Clinton, Carlos Menem, Robert de Niro, Mario Soares, Francis Ford Coppola, etc.
De monarcas, presidentes, príncipes, embaixadores, ministros e, dizem, até...espiões, o Copa já hospedou de tudo. E vamos combinar que, até hoje, é de bom tom. Seja lá quem quer que seja, independente de crença. Basta citar uma definição do texto, em que Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, ao se hospedarem no Copacabana Palace, mostraram ao mundo que “mesmo sendo de esquerda, dá pra apreciar a arte de viver da direita”.

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