por Antonella Kann
“Até 29 anos de idade, trabalhei como ajudante de confeiteiro e padeiro nas melhores padarias de Petrópolis,” conta Alfredo, dono da minúscula lojinha que fica no centro de Nogueira, um dos recantos mais charmosos da serra.
Restaurantes, cafés, passeios e mais um pouquinho de tudo sobre a cidade maravilhosa, pela jornalista Antonella Kann
Por Constance Escobar
Aproveitando o gancho do post anterior, que falou da história do Copacabana Palace, trago aqui o mesmo assunto, mas sob um outro viés. Proponho um olhar sobre o hotel nos dias de hoje ...
O Copacabana Palace não é apenas um hotel entre tantos. Habita o imaginário de quem quer que se dirija à cidade maravilhosa. É símbolo de uma época que, talvez, até hoje, o Rio de Janeiro tente resgatar. Culturalmente, marcou a história da cidade. Geograficamente, se insere no cenário da praia de Copacabana de tal forma que não é possível pensar em um sem se remeter ao outro.
Trata-se de um clássico. Transpira isso por todos os poros. Mas, se por um lado, entrar ali nos leva sem escalas aos anos dourados da cidade, por outro, deixa a impressão de que se quis, a tal ponto, preservar um momento, aprisioná-lo de tal forma, que, possivelmente, nada, absolutamente nada tenha mudado nas últimas décadas. Há quem veja isso como o grande trunfo do Copa: um gigante que marcou um tempo, preservado exatamente como antes. Talvez seja mesmo. A mim, particularmente, fica uma sensação de que o hotel, embora belo e imponente, é acometido de um certo ranço característico de tudo aquilo que se mantém preso ao passado…
A impressão é de que são os mesmos móveis, os mesmos tapetes, as mesmas flores de 50, 60 anos atrás…
Os mesmos quartos …
Um mesmo ar de antigamente dando o tom no respeitado restaurante Cipriani, que tem nos clássicos da cozinha italiana o seu foco…
E, sim, o mesmo charme, e um ar de glamour na famosa pérgula do hotel.
Aliás, minto. Há novidades no Copa. Alguns quartos foram renovados, seguindo o mesmo estilo dos demais…
O hotel ganhou, em 2007, um belo spa …
… e, em 2009, um bar, o já badalado Bar do Copa. O arquiteto Graham Viney pesou a mão na alegoria, mas confesso que o balcão do bar é um charme.
É, sem dúvida, um ícone a ser preservado. Não é possível imaginar o Rio sem o Copa. Mas me parece que lhe faria um bem enorme abrir as janelas e deixar entrar a brisa do mar. E, com ela, um ar de renovação de que mesmo os clássicos não podem – e não devem – prescindir. Porque, até pra continuar como antes, é preciso mudar. Arejar o que ficou datado. Libertar-se dos excessos que já não encontram mais lugar… Valorizar o passado naquilo que não se pode perder, mas sem tirar os olhos do que acontece hoje e, por que não, daquilo que está por vir…
Por Constance Escobar
Bistrô francês servindo feijoada? Isso mesmo. O 66 Bistrô, casa comandada por Thomas Troisgros no Jardim Botânico, vem se consagrando como uma das melhores opções pra feijoada de sábado no Rio. No charmoso jardim de inverno do bistrô, em paralelo ao cardápio usual, monta-se um buffet onde se servem, lado a lado, a feijoada brasileira e o cassoulet, a deliciosa especialidade francesa.
Tão logo se anuncia a opção pelo buffet, um saboroso caldinho de feijão chega à mesa pra lhe dar as boas-vindas...
Mas, antes de começar o ritual, não dá pra dispensar uma porção das boas gougères da casa...
Só depois disso é que me entrego ao colorido da mesa das feijoadas.
O feijão preto à brasileira vem com os acompanhamentos de sempre, com o detalhe de que a farofa é feita com panko (farelo de pão japonês). Muito gostosa, mas ainda fico com a nossa boa e velha farinha de mandioca. O grande diferencial é que se tem a opção de saborear também a dita feijoada francesa, que eu, particularmente, adoro. E o cassoulet de Thomas é dos bons.
Deixo aqui um conselho: da feijoada vá direto pro cafezinho e a conta. As sobremesas (pelo menos as que passaram pela minha mesa no dia em que estive lá), apesar de lindas, mostraram-se absolutamente dispensáveis.
66 Bistrô – Rua Alexandre Ferreira 66
Jardim Botânico
www.66bistro.com.br
A curiosidade por tudo o que se relacione com a arte de comer bem já a tomava desde criança, muito antes que Constance pudesse racionalizar esse sentimento. Aos poucos, isso foi se tornando uma paixão em sua vida. A ponto de, ao longo de dois anos, passar suas noites num curso de gastronomia e estagiar seis meses na confeitaria de um dos melhores restaurantes do Rio na época, o extinto Carême Bistrô.
Constance percorre incessantemente todos os cantos onde se possa saborear uma boa refeição. Colaboradora ocasional deste blog, divide suas descobertas, de bares, restaurantes e confeitarias a cantinhos e passeios que fazem sua cidade do coração tão maravilhosa.