A Pousada da Alcobaça, encantador refúgio em Corrêas, é uma das mais magníficas propriedades da serra fluminense. Daquelas de fazer sonhar. E de causar inveja boa, vontade de construir uma casa com tamanhos charme e personalidade... Vontade de ter talento pra projetar um jardim daqueles... O casarão do início do século XX, com ares de fazenda, rodeado do verde exuberante da Mata Atlântica, conquista à primeira vista aqueles que adentram seus portões. A estrutura em madeira, o pé direito alto, os objetos antigos fazem da casa um convite a uma viagem no tempo.
A bela cozinha e o salão do restaurante da pousada, aberto ao público, mantêm a atmosfera que remete ao passado: grandes bancadas de madeira, lindas panelas de cobre, mesas cobertas com toalhas em xadrez vermelho e branco, amplas janelas com vista para o majestoso jardim... Aliás, reservando com antecedência, é possível sentar-se ao ar livre e almoçar mergulhado num dos mais belos cenários que se possa imaginar.
Por trás de tudo isso, a proprietária, Laura Góes, do alto de seus quase 80 anos, continua comandando o show. Circula por entre as mesas com leveza e simpatia, checando se tudo está em ordem.
Neste contexto é possível saborear, todo sábado, uma feijoada sensacional. Não tenho como transmitir aqui aromas e sabores, mas estou certa de que o colorido da mesa já dá uma idéia do que é o almoço por lá... Feijão impecável, couve verdinha, aipim na manteiga, farofinha crocante, purê de abóbora delicioso...
Quando pensamos ter chegado aos nossos limites de orgia gastronômica, eis que nos é oferecido um belíssimo bolo de nozes com doce de ovos. Não foi possível resistir.
Depois de tudo isso, é obrigatório um passeio pelos fabulosos jardins da casa. Árvores e flores as mais lindas e até um lago de ninféias são de fazer suspirar mesmo o menos romântico dos mortais.
Andando mais um pouquinho chega-se à bela horta de dona Laura.
Eu, que sou urbana até o último fio de cabelo (mas nem por isso menos fascinada pelos encantos da natureza), admiro profundamente pessoas que, como dona Laura, são capazes de abandonar o burburinho da cidade grande e lançar-se na vida do campo, aproximando-se do que pode haver de mais essencial na existência. O mundo precisa de gente assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário