Tá bem, vamos deixar as coisas esfriarem e voltarem ao normal pra falar da cidade.
Subi a serra atrás de um pouco de frescor, brisa e calmaria. No meio do caminho, deu fome, mas já passava das 3 e a pergunta pairou no ar: onde iríamos almoçar?
Pensamos em português, dispensamos a churrascaria de beira de estrada, passamos batidos pela comida mineira ( 36º à sombra não combina com tutu, torresminho ou carne de porco!) e resolvemos não parar no Alemão, apesar de adorar aqueles suculentos croquetes.
Entramos Araras adentro convictos de que o nosso objetivo era o restaurante Trigo, no meio do caminho entre o Vale das Videiras e o centrinho de Araras. Da última vez que tentamos almoçar lá, uns meses atrás, tivemos que dar meia volta porque simplesmente não cabia mais nenhum comensal.
Eram quase 5 horas quando entramos estradinha adentro para chegar até a charmosa casa que abriga o Trigo. O ambiente é aconchegante e acredito que à noite fica bem romântico.
No cardápio, algumas sugestões do chef, como os bolinhos de aipim com camarão, que foi o que pedimos de entrada, para dividir. A apresentação estava boa, e o sabor também.
Em seguida, pedimos uma muqueca de peixe e uma carne seca desfiada com cebola, e como todo prato de carne ou peixe tem direito a dois acompanhamentos, escolhidos foram a farofa, o arroz, uma salada e cebola caramelada – eu sei, os puristas vão me criticar e dizer que já que a carne seca vinha com cebola eu não deveria estar pedindo mais cebola- mas, eu adoro cebola caramelada, estava há um tempão sem comer...então...acho que dessa vez passa.
Bem, não vou dizer que a comida estava ruim. Mas, estava aquém da excelência rezada por alguns clientes. Talvez fosse o sabor de outrora, pois me lembro de ter comido bem há alguns anos atrás.
Desta vez, a carne seca estava seca, e dura.. e sem gosto definido.Nada condizente com uma proposta de comidinha caseira, sem pretensões. Nada contra comidinha caseira, pelo contrário, poderia ser suculenta, macia e saborosa. Bastaria caprichar em temperos. O mesmo foi dito pela muqueca, apresentada em prato de louça ao invés de uma panelinha de barro, o peixe não estava com consistência, e o gosto, bom, vamos ser justos, não esbarrava nem de perto no extraordinário. Convenhamos que uma muqueca bem feita não precisa de muita química, apenas mais capricho nos ingredientes.
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