22.9.10

Almoçando flores: ambiente aconchegante no Itanhangá


por Antonella Kann

Há algumas semanas atrás, voces devem lembrar de ter lido sobre um café da manhã servido numa floricultura no bairro do Itanhangá. Pois é, eu quis ir conferir como seria o almoço nesta mesma floricultura chamada Chácara Tropical, na Barra da Tijuca.


Na companhia de uma amissíssima, fui até lá numa segunda feira de sol, em torno de 1 da tarde. Quando chegamos, conseguimos estacionar com facilidade num parking só para os clientes, bem protegido. Achei até bom, porque aquela Estrada do Itanhangá não é nada apetecedora para se largar um carro, assim, sem mais nem menos, na calçada. Mas, pasme ! a Chácara tem até um pseudo guardador.


E´ como se voce estivesse literalmente fora do Rio. Cercado de verde por todos os lados. Plantas, flores, acessórios para plantas, vasos, sementes, mudas de todos os tamanhos e espécies e , claro, orquídeas até dizer chega. Até mesmo papagaio tem lá, empoleirado. Só não estava à venda.


Na verdade, precisou minha amiga me apontar o restaurante porque eu simplesmente não conseguia enxergá-lo. Só faltou pedir instrução pra um vendedor. E´que ele, mais do que qualquer coisa, está completamente emoldurado pela natureza. E móveis. Sim, porque a chácara é imensa, voce vai penetrando espaço adentro, esbarra em montão de coisas pra vender. Coisas pra casa, objetos decorativos. E enfeites. E mais outro montão de coisas que voce não espera encontrar numa floricultura.
O restaurante , ainda por cima, fica escondido atrás de uma vidraça. Com vista para...voce adivinhou...plantas, flores, mais plantas e mais verde.

O ambiente é bem acolhedor, com adornos que variam entre várias garrafas de vinho, grappa, champã. azeites, temperos, doces e biscoitos, tudo à venda...Na verdade, me fez lembrar uma delicatessen. As mesas de madeira, cujas cadeiras tem motivos de aves tropicais talhados no encosto (na minha opinião, um pouco suspeito, mas vai, passa turista por lá e e muitos adoooooram tudo que é arara, pelicano, maritaca...) espalhadas por um espaço não muito grande fazem com que o restaurante possa ser rotulado de simpático.
Sentamos. A cozinha é aberta, mas separada da clientela por uma vidraça. Dava pra ver o povo atarefado na preparação dos pratos.
No cardápio, saladas e pratos quentes. Massas, bacalhau, carnes. Nada assim em especial que chamasse realmente a atenção por ser algo fora do comum. Nossa opção era apenas o menu almoço, já que há outro para o jantar.





Se voce quer um lugar reservado para ficar papeando com uma amiga, depois aproveitar pra dar uma voltinha pela floricultura, que é mega, bisbilhotar a ala de decoração onde vendem de móveis rústicos a objetos de utilidade caseira, então vale até a pena ir até o Itanhangá. Mas, se voce estiver com idéia de comer bem, não será o restaurante pra ter uma refeição memorável. Uma pena. E os preços, nada baratinho não!!! Só o couvert (opcional...)custa R$ 22!, mas não vou saber dizer o que era, porque não nos aventuramos.



Pedimos duas saladas, uma com alcaparra crocante e outra, especialidade da casa, ao que indicava, rotulada de Triple F ( folhas frutas e flores). Já que estávamos numa floricultura, achamos de bom tom comer flor, não é verdade?
Surpreendentemente, logo de cara, a mocinha que nos atendeu disse que a tal flor comestível, chamada de capuchinho ( detalhe: ela teve que ir até os bastidores pra saber o nome da flor, porque nós ficamos insistindo...) não se encontrava disponível. E´, pensei com meus botões, como é que pode faltar justamente flor nesse restaurante??? Lei de Murphy ou aquele célebre ditado – casa de ferreiro, espeto de pau?



Mas, mesmo assim, minha amiga resolveu pedir esta salada. Veio sem a tal flor capuchinho, e estava, digamos assim, sem nenhum gosto muito especifico. Ou seja, vou ser mais clara: gosto de nada. Kiwi, morango e manga...algumas folhas e nem tempero tinha. Ainda foi preciso pedir molho, e este acabou vindo em forma de teryaki ( ??!!).
Mas, como não me conformo com determinadas coisas, e acredito na falta de sorte, qualquer dia destes vou dar uma segunda chance e experimentar, quem sabe, um prato quente. Sem flor.


www.chacaratropical.com.br
Rua Dom Rosalvo da Costa Rego, 420
Itanhangá
2493 0394


14.9.10

As cores alegres da estilista Adriana Barra


por Antonella Kann

Um prédio muito discreto, quase “invisível”, na rua mais descolada do Leblon. Estamos na Dias Ferreira, voce adivinhou. Mas caso não prestar atenção, garanto que voce passa direto, mesmo estando a pé, porque a construção, daquelas bem antigas, fica espremida entre uma livraria e um restaurante badalado.


Supondo que voce foi atraído pela fachada branquinha, clean, charmosa, falta ainda ler o letreiro na entrada para descobrir que aquele prediozinho antigo de poucos andares tem segredos ocultos – a maioria deles ligada à moda. Alguns estilistas fashion escolheram este point para abrir seu show room e abrigar suas marcas. Um deles é a talentosa paulista Adriana Barra, que há três anos ocupa duas saletas no andar térreo.


Não há nenhuma identificação ostensiva na porta. Voce toca a campainha e uma simpatissíssima musa vem lhe atender. Gentilmente, convida voce pra entrar. Logo de cara, o ambiente – minimalista, simples, funcional - é simpático. Duas mesinhas de bar, com duas cadeiras, sugerem que voce pode sentar ali, trocar idéias e escolher com calma o que voce quer levar. Com direito a água e cafezinho. Até os copos tem um quê de original.


Biquínis, batas, vestidos longos e curtos, sapatos...de tudo um pouco, com estampas exclusivas, inspiradas, idealizadas, desenhadas e concebidas pela estilista.




Não há a menor chance de voce esbarrar com alguém num evento ou na rua com a mesma roupa, porque os padrões da estilista são exclusivos e feitos poucas unidades do mesmo modelo. E isto vale para os sapatos, também bem personalizados.


Embora seja um espaço pequeno, a butique de Adriana Barra reúne uma diversidade interessante. Pena que fui informada que já não faz mais vestuário para criança, uma lástima, porque as poucas peças que sobraram realmente são de deixar qualquer mãe de menina babando.




Para quem gosta de sobressair , as cores vivas e chamativas, estampadas nas coleções, são uma opção ideal. Garanto que jamais voce passará despercebida, esteja onde estiver.



Adriana Barra
Rua Dias Ferreira 64 sala 101/102
Leblon
www.adrianabarra.com.br


10.9.10

Um espaço cultural na Gávea, ao alcance da mão



por Antonella Kann



Fazia tempo que eu não ia ao Instituto Moreira Salles, um encantador refúgio cultural escondidinho numa ladeira do bairro da Gávea. Da última vez, foi para almoçar na pequena cafeteria Café Galeria, que serve desde quiches a saladas e pratos de massa. O ambiente tem poucas mesas, mas fica bem animado. Depois, é só escolher alguma programação para fazer, pois o IMS oferece desde cursos a shows, palestras e mostras.


Sempre tem alguma coisa rolando nesta bela construção cujo projeto data de 1940 e que por muitos anos serviu de residencia da respeitadíssima família Moreira Salles.


Quando a gente observa as linhas arrojadas e a elegância da casa, entende porque o IMS foi palco de importantes encontros políticos e sociais que se reuniam ali na segunda metade do século 20. O jardim desenhado por Burle Marx também contribui para tornar o lugar ainda mais bucólico e tranquilo.




Desde 1999 e até hoje, após sofrer algumas reformas e adaptações para abrigar um centro cultural, o IMS é referencia para exposições de fotografias ( conta com dois espaços expositivos) e costuma pinçar coleções incríveis de imagens do Brasil e principalmente do Rio.





Não é à toa que conta com um acervo maravilhoso de Marc Ferrez, Marcel Gautherot e José Medeiros, entre outros. Para isso, ainda adicionou um ateliê onde as fotos passam por um processo de restauração de padrões internacionais.




Além disso, para quem curte cinema, imperdível mesmo é a seleção de filmes que o IMS sempre tem na programação semanal. A confortável sala acomoda uma reduzida platéia de espectadores, mas o ambiente é aconchegante.



Imagine filmes clássicos, antigos, como por exemplo os da série Noir. Ou então daqueles ciclos de filmes inesquecíveis.... Iam passar Scarface, com Al Pacino, alguém lembra? Cinéfilos, fiquem atentos!



Mesmo se voce não está a fim de ir a uma sessão de cinema, vale bisbilhotar a biblioteca e quem sabe ainda sair de lá com uma lembrancinha bem valiosa – eu vi cada livro de fotografias que era de babar! E uma vitrine que tinha muitos caderninhos fofos, daqueles de guardar na bolsa para fazer anotações. E até trabalhos em cerâmica, tipo xicarazinhas de café muito charmosas. Prepare o talão de cheques!




Também dá para passar uma tarde inteira só vendo as mostras, fazer um lanche gostoso ( tinha umas empadas e pasteis de forno que me pareciam uma delicia!) e ainda emendar com uma boa leitura à beira da piscina, sentada numa mesinha ao ar livre. Isso em plena Gávea, longe de multidões e barulho.


Instituto Moreira Salles
Rua Marquês de São Vicente 476
Gávea
Tel. 21 3284 7400
http://www.ims.com.br/
abre de terça a sexta das 13h às 20h e sábados, domingos e feriados das 11h às 20h







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